domingo, 12 de fevereiro de 2012

O teor de selênio nos alimentos.(pesquisa)



SELÊNIO PARTE III

Pesquisadores da USP e do Ipen identificam carências nas dietas
CAMPINAS (SP) - Uma castanha-do-brasil por dia basta para suprir as necessidades de selênio do organismo de uma pessoa adulta, mesmo em condições de estresse. É o que ficou demonstrado em estudo feito com um grupo de capoeiristas de ambos os sexos, que ingeriram uma castanha por dia durante 160 dias, ao final dos quais tiveram amostras de sangue e unhas analisadas.

Comparados com um grupo de controle, todos os esportistas que ingeriram a castanha supriram suas necessidades diárias de selênio, mesmo fazendo exercícios físicos intensos durante 190 minutos, pelo menos quatro vezes por semana.

O selênio é um dos micronutrientes mais importantes para o bom funcionamento cerebral e, se ingerido nas doses adequadas, evita a propagação e diminui a incidência de câncer, previne cardiomiopatias, melhora o sistema imunológico e ajuda a equilibrar o hormônio ativo da tireóide.

Além disso, ele reduz a toxicidade de metais pesados e age como antioxidante, combatendo os radicais livres, hoje considerados verdadeiros "agentes" do envelhecimento.

A pesquisa com a castanha-do-brasil - tese de mestrado de Vanessa Coutinho - é um dos trabalhos do Laboratório de Nutrição da Universidade de São Paulo (USP). Desde 1982, no local é estudada a dieta brasileira, com uma equipe de cinco pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), de São Paulo. 

A equipe da USP é atualmente composta por uma pesquisadora docente e dez pós-graduandos e conta com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), de R$ 150 mil ao ano. 

Segundo Silvia Cozzolino, coordenadora das pesquisas pela USP, os pratos que compõem a dieta alimentar básica, nas diversas regiões do País, são preparados de acordo com os costumes locais, com produtos comprados na área a ser estudada e depois enviados ao laboratório, onde são avaliadas as quantidades totais e biodisponíveis de minerais, macronutrientes e micronutrientes, através da ativação de neutrons, um método considerado muito preciso. 

Com base nestas avaliações, Silvia afirma, por exemplo, que a dieta do litoral e das regiões Sul e Norte é mais rica em selênio do que as do Centro-Oeste e Sudeste. 

"O selênio está presente nos solos daquelas regiões, portanto, é mais absorvido pelas plantas e aparece em maior quantidade nas dietas", observa. "Por isso é recomendável que os habitantes das regiões Sudeste e Centro-Oeste façam uma suplementação da dieta com o selênio da castanha-do-brasil, por exemplo". 

A pesquisadora alerta, no entanto, para os riscos do consumo exagerado: a dose recomendada é uma castanha por dia apenas, para se evitar a selenose, uma doença relacionada à toxicidade do selênio. 

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