quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

FLUOROSE ÓSSEA NO NORDESTE DO BRASIL


sem imagem

Pesquisa apoiada pela FAPESQ-PB indica que população sofre com problema de fluorose óssea 

O município de São João do Rio do Peixe, Sertão paraibano, será beneficiado a partir do próximo dia 18 deste mês, com uma Estação de Tratamento de Águas com Sistema de Filtros de Desfluoretação. A estação é resultado de um projeto do CNPq CT-hidro que vai integrar o projeto apoiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (FAPESQ-PB), através do Programa Pesquisas para o SUS - PPSUS: Gestão Compartilhada em Saúde (PPSUS /CNPq/FAPESQ/SES).

Trata-se da primeira estação de tratamento de águas com desfluoretação da Paraíba e é uma das maiores do Nordeste beneficiando cerca de 1500 pessoas. Segundo destacou o coordenador da pesquisa, profº Fábio Sampaio, pesquisador da UFPB, esta será uma etapa importante para implantação dos filtros domésticos e diagnóstico de fluorose óssea que já acomete a população da região.

O flúor é benéfico para prevenção das cáries por isso está incorporado aos cremes dentais e pode ser artificialmente colocado nas águas de abastecimento por programas de fluoretação de águas. Entretanto, apesar do benefício, a ingestão em excesso de flúor pode levar a fluorose dentária (manchas nos dentes e fraturas que são mutiladoras) e fluorose óssea (situação mais grave que pode estar associada a osteoporose). Para que o flúor na água de beber tenha o efeito benéfico de combate às cáries com o mínimo de fluorose, a concentração ideal de flúor deve ser em torno de 0,7 ppm (mg/L).
 

A legislação brasileira (Portaria 518) permite um máximo de 1,5 ppm. Na região de Brejo das Freiras, o poço que abastece a comunidade tem cerca de 5,3 ppm, portanto um valor muito acima do permitido pela lei. O projeto do profº Fábio visa a redução dos teores naturais de flúor através de um sistema de filtros especiais à base de alumina ativada e de filtros domésticos que podem ser recuperados por um processo simples de acidificação.

A experiência que está sendo desenvolvida tem apoio integral da Prefeitura Municipal de São João do Rio do Peixe e a cooperação técnica da FUNASA e ainda de uma empresa de Engenharia de São Paulo. Como a geoquímica do solo daquela região é diferenciada (não é por acaso que é uma região de exploração de petróleo), já foram mapeadas outras localidades com o mesmo problema na Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. "Os resultados da experiência do referido projeto CNPq-FAPESQ vai nortear ações de saúde em outras regiões e isso é importante para a Paraíba e para a FAPESQ que investe em pesquisa aplicada", afirmou o pesquisador.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

SILICOSE


Silicose


A silicose é a formação permanente de tecido cicatricial nos pulmões causada pela inalação de pó de sílica (quartzo).
A silicose, a doença profissional mais antiga que se conhece, desenvolve-se em pessoas que inalaram pó de sílica durante muitos anos. O pó de sílica é o elemento principal que constitui a areia, sendo por isso frequente a exposição entre os mineiros do metal, os cortadores de arenito e de granito, os operários das fundições e os oleiros.
Os sintomas aparecem, geralmente, após 20 ou 30 anos de exposição ao pó. No entanto, nos trabalhos em que se utilizam jactos de areia, na construção de túneis e no fabrico de sabões abrasivos que requerem quantidades elevadas de pó de sílica, os sintomas podem surgir em menos de 10 anos.
Quando se inala, o pó de sílica entra nos pulmões e as células depuradoras, como os macrófagos, engolem-no. (Ver tabela da secção 16, capítulo 167Os enzimas libertados pelas células depuradoras causam a formação de tecido cicatricial nos pulmões. No princípio, as zonas cicatrizadas são pequenas protuberâncias redondas (silicose nodular simples), mas, finalmente, reúnem-se em grandes massas (conglomerados silicóticos). Estas áreas cicatrizadas não permitem a passagem do oxigénio para o sangue de forma normal. Assim os pulmões perdem elasticidade e requer-se mais esforço para respirar.
Sintomas e diagnóstico
Os indivíduos com silicose nodular simples não têm dificuldade em respirar, mas têm tosse e expectoração devido à irritação das grandes vias aéreas, no processo denominado bronquite. A silicose conglomerada pode causar tosse, produção de expectoração e dispneia. No princípio, a dispneia verifica-se só durante os momentos de actividade, mas por fim manifesta-se também durante o repouso. A respiração pode piorar aos 2 a 5 anos depois de ter deixado de trabalhar com sílica. O pulmão lesado submete o coração a um esforço excessivo e pode causar insuficiência cardíaca, a qual, por sua vez, pode evoluir para a morte. Além disso, os indivíduos com silicose expostos ao microrganismo causador da tuberculose (Mycobacterium tuberculosis) são três vezes mais propensos a desenvolver a tuberculose do que aqueles que não estão afectados pela silicose.
A silicose diagnostica-se com uma radiografia ao tórax que mostra o padrão típico de cicatrizes e nódulos.
Prevenção
O controlo da produção do pó no local de trabalho pode ajudar a prevenir a silicose. Quando esta não pode ser controlada, como poderá ser o caso da indústria de jactos de areia, os trabalhadores devem usar máscaras que forneçam ar exterior limpo ou que filtrem completamente as partículas. Essa protecção pode não estar ao alcance de todos os trabalhadores numa zona poeirenta (por exemplo, pintores e soldadores) e, nesse caso, sempre que seja possível, devem utilizar-se abrasivos diferentes da areia.
Os trabalhadores expostos ao pó da sílica devem fazer radiografias ao tórax com regularidade, todos os 6 meses os que trabalham com jactos de areia e todos os 2 a 5 anos os restantes, de modo que seja possível detectar qualquer problema o mais cedo possível. Se a radiografia revelar silicose, o médico, provavelmente, aconselhará o trabalhador a evitar a exposição constante à sílica.
Tratamento
A silicose é incurável. No entanto, pode deter-se a evolução da doença, interrompendo a exposição à sílica desde os primeiros sintomas. Uma pessoa com dificuldade em respirar pode sentir alívio com o tratamento utilizado para a doença pulmonar crónica obstrutiva, como são os medicamentos que dilatam os brônquios e expelem as secreções das vias aéreas. (Versecção 4, capítulo 38) Dado que os indivíduos que sofrem de silicose têm um alto risco de contrair tuberculose, devem submeter-se periodicamente a revisões médicas que incluam a prova cutânea para a tuberculose.

fonte:   consulte



OSTEOFLUOROSE


Em algumas áreas, osteofluorose é endémica. Quando a fluorose é mais severa e generalizada em dois grandes países INDIA e CHINA- A UNICEF estima que "a fluorose é endémica em pelo menos 25 países em todo o globo. O número total de pessoas afectadas não é conhecida, mas uma estimativa conservadora esse número seria em dezenas de milhões.
Organização Mundial da Saúde recentemente estimou que 2,7 milhões de pessoas na CHINA tem a forma de osteofluorose incapacitante do esqueleto. Na INDIA, 20 estados foram identificados como áreas endémicas, com uma estimativa de 60 milhões de pessoas em situação de risco e 6 milhões de pessoas com deficiência; cerca de 600 mil podem desenvolver um transtorno neurológico como uma consequência.]
A osteofluorose sintomática é praticamente desconhecida nos E.U,[3] com cerca de uma dezena de casos relatados.

[editar]FONTE  WIKEPEDIA

Alerta sobre a ingestão de Flúor.


- Existe uma doença chamada SKELETON FLUOROSIS (ou fluorose óssea) que
enfraquece o esqueleto humano. Esta doença deixa a pessoa praticamente
inutilizada, já que o esqueleto torna-se incapaz de suportar o corpo humano.
A forma mais branda da doença é a fluorose dental, cujos sinais são manchas
esbranquiçadas em 1 ou mais dentes;

- O que causa isto é a ingestão de fluor acima de uma certa quantidade
"segura", seja na água, na escovação, em objetos e alimentos lavados com
água fluoretada, em gargarejos com fluor, etc.;

- Estudos científicos no ano de 2003 indicam que os níveis "seguros" para a
quantidade máxima de ingestão de fluor pelo ser humano, adotados até o ano
de 2002, estavam errados. Em 2003 foram feitas correções que reduziram estes
índices pela metade;

- Esta quantidade diária não é capaz de causar a doença em si ou as doenças
secundárias, mas o acúmulo periódico de quantidade excessiva de fluor
não-eliminado pelo organismo durante anos pode. As doenças, após aparecerem,
não são facilmente curáveis.

- Por ser uma substância que gera uma proteção contra as cáries, o fluor é
mundialmente indicado para uso no creme dental e na água. No Brasil, a
fluoretação (adição de fluor) em toda a água potável (mineral também) é
obrigatória (é Lei). Aliás, o uso de fluor para a redução da incidência de
cáries dentárias foi implementada justamente pela observação de que em
países cuja população sofre mais com fluorose dentária ou óssea pela
fluoretação natural da água (embora excessiva), como a Índia, a quantidade
de cáries é mínima;

- Vários produtos, de água mineral a creme dental, utilizam fluor em sua
composição com base nos índices ainda de 1993 (10 anos atrás). Qualquer
redução deste índice acarretará em mudanças nos produtos ao longo dos anos,
já que as empresas não se disporão a gastar mais em pesquisas e formulação
de conteúdo e de processos industriais do que já gastaram. Isto significa
que, mesmo que os organismos internacionais alterem mundialmente os indices
de fluor adotados hoje, ainda estaremos a mercê da indústria;

- Pesquisas apontam para vários sintomas decorrentes desta ingestão
acentuada de fluor, inclusive com alguns destaques interessantes:
-- acima de 0,3 ppm: 21% de fluorose dental em pelo menos 2 dentes;
-- até 1 ppm (ou mais): acúmulo de fluor na glândula pineal (!!);
-- 1 ppm: menstruação precoce em meninas; 48% de fluorose dental;
-- 1,7 ppm: casos confirmados de fluorose óssea em pessoas com alguma
deficiência renal;
-- 1,8 ppm: diminuição do Q.I.;
-- 2,3 ppm: prejuízo ao funcionamento da glândula Tireóide;
-- 3,0 ppm: redução da fertilidade feminina;
-- 4,0 a 4,3 ppm: redução da densidade óssea no córtex ósseo (parte mais
externa dos ossos); aumento de casos de fraturas ósseas em seres humanos (as
pesquisas anteriores eram em animais);
-- (relação completa das pesquisas e resultados em
http://www.fluoridealert.org/nrc-review.htm).

- Alguns artigos relacionados:
Systematic review of water fluoridation
http://www.pubmedcentral.gov/articlerender.fcgi?tool=pmcentrez&artid=27492
(aliás, ótimo site para publicações cintíficas relacionadas à saúde)

Dental caries: a nation divided (Canadian Medical Association)
http://www.cmaj.ca/cgi/content/full/167/9/1035http://www.cmaj.ca/cgi/content/full/167/9/1035

FLUOROSE NO BRASIL


Rev. Saúde Pública vol.30 no.6 São Paulo Dec. 1996

http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89101996000600004 

Avaliação da concentração de flúor em águas minerais comercializadas no Brasil* Evaluation of fluoride content of bottled drinking waters in Brazil
Rita S. Villena, Denise G. Borges e Jaime A. Cury
Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. São Paulo, SP - Brasil (R.S.V., D.G.B.), Laboratório de Bioquímica Oral da Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual de Campinas. Piracicaba, SP - Brasil (J.A.C.)

RESUMO
A utilização de flúor sistêmico deve ser controlada em termos de risco/benefício, pois enquanto a subdosagem não trouxer benefício anticárie, a sobredosagem estará associada com fluorose dental. Assim, uma das preocupações é o consumo de águas minerais, o qual tem aumentado nos últimos anos. Deste modo, foi realizado estudo com o objetivo de analisar a concentração de flúor em águas minerais comercializadas no Brasil. Foram analisadas 104 marcas comerciais, de diferentes regiões do País. Utilizou-se eletrodo específico Orion 96-09 e analisador de íons Orion EA 940, previamente calibrados com soluções padrões de flúor. Foram observadas concentrações de flúor variando de 0,0 a 4,4 ppm. Constataram-se: 1) Concentrações significativas de flúor não relatadas pelo produtor; 2) Concentrações de flúor sem significado preventivo anti-cárie, embora o produtor destaque na embalagem "Água Mineral Fluoretada"; 3) Concentrações de flúor capazes de provocar fluorose dental severa, embora o produtor não faça nenhuma referência que o mesmo existe. Conclui-se ser necessário um Sistema de Vigilância Sanitária para o controle de flúor nas águas minerais oferecidas à população brasileira, quer seja em termos de benefício como de risco.
Fluoração. Águas minerais, análise. Cárie dentária, prevenção & controle.

ABSTRACT
The utilization of a systemic fluoride method must be controlled in terms of risks and benefits. The reason for this is that while a small dose will not be effective in preventing dental caries, a larger dose may cause dental fluorosis. Therefore the knowledge of the fluoride concentration found in the bottled mineral waters sold throughout the Brazilian market the consumption of which has increased lately, is of great concern. The objective of the study was the analysis of the concentration of fluoride found in the bottled mineral waters. A hundred and four brands coming from different regions of Brazil were analysed using an Orion 96-09 ion specific electrode and an Orion EA 940 ionanalyser, previously calibrated with standard fluoride solutions. Different concentrations of fluoride ranging from 0.0 to 4.4 were found. It was discovered that specific bottled waters contained: 1) Significant concentrations of fluoride not reported by the producer; 2) Fluoride concentrations of no preventive effect, although the producer had advertised the water as a Fluoridated Mineral Water; 3) Fluoride concentrations high enough to cause dental fluorosis, although the producer did not alert the consumer to this fact. It is to be concluded, therefore, that a sanitary regulatory system for the control of the level of fluoride in the bottled mineral waters marketed is necessary. Such reputation should be formulated in terms of benefits as well as in terms of risks.
Fluoridation. Mineral waters, analysis. Dental caries, prevention and control.



Geomedicina online 01

GEOMEDICINA ONLINE 14/01/2012


     NOTICIAS  SOBRE GEOMEDICINA OU GEOLOGIA MÉDICA

PROJETO GEOMEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, BRASIL

Equipe

GledsonSilviaPJ, Bonald (Inst. Superior Pequeno Príncipe, UFPR), Humberto Ibañez, Otávio (Mineropar)

Resumo

Neste projeto o objetivo principal é desenvolver métodos de análise e visualização de possíveis interações entre mapas geoquímicos de aquíferos e de sedimentos de rochas com determinados tipos de câncer registrados no Estado do Paraná.

PROJETO+GEOMEDICINA+A+SERVICO+DA SAÚDE

PROJETO NO PARANÁ COLOCA  EM DESTAQUE A GEOMEDICINA A SERVIÇO DA SAÚDE



ACESSE:
















quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Projeto Geomedicina no Brasil

Projeto Geomedicina no Brasil Subprojeto Rio de Janeiro: Anomalias geoquímicas associadas à litodiversidade como potencial de riscos para a saúde humana no Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Coordenador: Benedicto H.R. Francisco-MN/UFRJ Colaboradores: Vanessa Maria R. Francisco Viviane Maria R. Francisco RESUMO Análises geoquímicas efetuadas pela CPRM no Rio de Janeiro em amostras de água e sedimentos revelaram a existência de teores elevados de alguns elementos químicos com potencial de riscos para a saúde humana. A utilização de água de poço pelas populações locais é prática comum. As plantações são irrigadas com água de poço e de cursos d água que podem conter teores elevados de algumas substâncias prejudiciais acima de determinados níveis de consumo considerados altos. Animais e plantas também podem ficar contaminados e assim contaminar os seres humanos. As análises geoquímicas levadas a cabo pela CPRM no Estado do Rio de Janeiro cujos elementos merecem maior atenção são os seguintes: flúor, selênio, alumínio, arsênio e magnésio. As concentrações parecem estar controladas pela composição químicas das rochas que compõem a complexa litodiversidade de metamorfitos e migmatitos da região. Assim, o flúor está concentrado em áreas de ocorrência de rochas alcalinas, o alumínio está associado às áreas de ocorrências de rochas alumo-silicatadas e o magnésio aos mármores e dolomitos. A litodiversidade local e regional deve ser considerada fator importante na seleção de áreas destinadas ao controle e monitoramento da possível presença nas águas e nos sedimentos de elementos químicos potencialmente perigosos para a saúde humana tais como flúor, alumínio, selênio, arsênio, magnésio e outros. Por outro lado, a possível ausência ou escassez de determinados elementos essenciais para a saúde também pode estar vinculada a composição da litodiversidade.

The artificial lake of Itaboraí, Rio de Janeiro State, Brazil.

The artificial lake of Itaboraí, Rio de Janeiro State, Brazil. Benedicto H. Rodrigues-Francisco National Museum-UFRJ ************************************** In Rio de Janeiro, as result of its lithodiversity, it is very important to monitor the quality of water and soil composition. Certain problems have already been detected, such as a high fluorine content in certain areas. The geological map of the state enables risk areas to be previously selected as a result of the diversity of the lithology. In this way, areas of alkaline rocks constitute potential sites for fluorine concentration, which has been proven by the preliminary geochemical survey of the state of Rio de Janeiro. The Geo-medical Project of the Stratigraphic and Environmental Geology Sector of the Geology Department of the National Museum - UFRJ is aimed at establishing preventive control programs for toxic elements, by selecting areas with the highest risk potential, working together with the authorities in the health area to monitor possible occurrences of sicknesses related with anomalies in the soil and/or river, lake and underground water. As a preliminary pilot area, the region of Itaboraí was selected, where there is a high rate of infant mortality. The lake of Itaboraí (São José) was formed when the Mauá cement industry left the quarry that it had been operating for more than 50 years, in 1983. Since then, groundwater has slowly occupied the open space left by the quarry of Tertiary limestone of the Itaboraí Formation. Currently, about one-third of the artificial pit opened by the mining has now filled up with water, forming an artificial lake. In order to try and solve the chronic water supply problem in the region, the City Hall allowed water from the lake to be utilized for distribution to houses in the surrounding region, since 1993. At the time, the dissolved calcium carbonate content of the water was not known, but it could have been foreseen that it would be reasonably high, considering that in addition to the sedimentary limestone, there is a marble lens located a few meters below the bottom of the lake between the gneisses comprising the bedrock. After a few years, an increase in the carbonate content can be expected, bearing in mind the solubility of carbonate rocks, principally in tropical climates. In addition, clays contained in the marls of the Tertiary sedimentary sequence may release chemical elements that are potentially toxic to humans. We should add to this situation the fact that fishing is allowed in the artificial lake, and that the fish are consumed by the population without knowing whether they are contaminated by any chemical elements harmful to humans. In order to find out the real extent of the problem, an immediate study of the chemical composition of the water distributed to the population is required, plus that of the fish consumed. The analyses carried out have already proven contamination by fecal coliformes in the lake water in quantities above the limits allowed by Brazilian and international standards.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O LAGO ARTIFICIAL DE SÃO JOSÉ, ITABORAÍ (RJ)

O LAGO ARTIFICIAL DE SÃO JOSÉ, ITABORAÍ (RJ) E OS RISCOS PARA A SAÚDE. HUMANA. Benedicto Humberto Rodrigues Francisco (CBA, cbarqueol@yahoo.com.br) Vanessa Maria da C.Rodrigues Francisco (MN-UFRJ, vavamaria2005@yahoo.com.br) I - Introdução A aplicação do conceito de ciclo de vida às indústrias é bem recente, mas pelo menos dois setores o vêm usando há mais de uma década, a mineração e a disposição de resíduos sólidos (Sanchez, 2001). A mineração foi o primeiro setor no qual se iniciou discussão sobre a questão da desativação das instalações Atualmente muitas empresas planejam isso antes do término das atividades e até mesmo antes de começá-las. Os planos de encerramento das atividades ou de recuperação das áreas degradadas visam, sobretudo, a anular o passivo ambiental deixado pela atividade. Infelizmente estas providências não aconteceram no caso da mina objeto desse estudo. Em São José de Itaboraí foi descoberta em 1928 uma ocorrência de calcário sedimentar (depositado em uma pequena bacia do início do Terciário). Logo depois da descoberta, os estudos mostraram a viabilidade da explotação do calcário para fabricação de cimento, do qual o Brasil era carente, posto que importava praticamente tudo que consumia. Instalada em Guaxindiba (São Gonçalo), a Fábrica de Cimento Mauá passou a usar o calcário da bacia de São José a partir de 1933. E a explotação da matéria prima gerou, além dos conhecimentos sobre a geologia e paleontologia, uma cava com cerca de cem metros de profundidade, mil metros de comprimento e quinhentos metros de largura. Em 1982 a empresa de cimento verificou que a jazida estava praticamente esgotada. Após tentativas frustradas de obter nas proximidades uma continuidade ou outra ocorrência idêntica de calcário sedimentar, optou por buscar a matéria prima em Cantagalo (RJ), onde ocorre calcário cristalino em lentes no embasamento granito-gnáissico de rochas pré-paleozóicas. Com o abandono da área formou-se uma lagoa que foi aos poucos preenchendo a antiga cava. Medições efetuadas no ano 2000 pelo CREA-RJ para elaboração da carta da lagoa mostraram que a profundidade máxima atingia 25 metros. Com a carência crônica de água na região ficou decidi do que a água da lagoa seria usada para abastecer a população local. Foi criada para esse fim uma cooperativa (Cooperágua). Em 1990 a área foi desapropriada pela prefeitura e em 1995 foi criado por decreto lei municipal o Parque Paleontológico. Pelo decreto estava garantida a continuidade da exploração da água para o abastecimento público II- Os riscos para a saúde Substâncias químicas que fazem parte naturalmente das rochas do embasamento e dos depósitos sedimentares, estão sujeitas a sofrerem alterações químicas em contato com a atmosfera e com ácidos orgânicos (intemperismo). Em contato com a água do lago artificial podem liberar elementos tóxicos, eventualmente com teores acima do permitido pelos órgãos públicos especializados como a FEEMA e o CONAMA. O ecossistema da lagoa tem apresentado um crescente aumento de matéria orgânica e vida microbiótica. A presença de algas foi determinada em amostra coletada por um dos Autores e examinada pelo setor de micologia do Museu Nacional. A possibilidade de desenvolvimento de organismos prejudiciais é uma realidade que precisa ser investigada. Animais como moluscos gastrópodes presentes nas margens da lagoa podem ser vetores de patologias tendo em vista a presença de praticantes de pesca esportiva no local diariamente. Materiais diversos (compostos metálicos e outros) deixados pela indústria extrativa no interior da cava aumentam ainda mais a possibilidade de contaminação da água, tornando-a futuro impróprio para consumo doméstico e favorece a possibilidade de contaminação através ingestão de pescado. Tendo em vista todas essas possibilidades foi efetuado um trabalho preliminar, como subsídio para posterior planejamento de ações preventivas e monitoramento do Ecossistema tendo em vista o consumo humano da água e dos peixes da lagoa artificial. III - A geologia local Como foi visto a lagoa de São José acha-se localizada na antiga pedreira de São José e formou-se após o abandono da área pela companhia de cimento e a retirada das bombas que mantinham o local seco durante a lavra de calcário de 1933 até 1982. A pequena área em estudo apresenta uma geologia simples com os litossomas depositados normalmente sobre o Embasamento Cristalino Pré-Cambriano, cortado por pegmatitos e veios de quartzo e por diques de rochas básicas e alcalinas meso-cenozóicas. Pré-cambriano: Abrange as rochas gnáissicas e cataclásticas e que por dificuldade de separação foram reunidas neste conjunto lito-estratigráfico informal. Predominam rochas cataclásticas, além de gnaisses e migmatitos entremeados, restos de metassedimentares, quartzitos, calcissilicatadas, xistos, gonditos, raros granitóides gnaissificados. Segundo Heilbron (2004) fazem parte do Domínio Costeiro do Orógeno Ribeira. Mesozóico-cenozóico: Representado pelas rochas básicas do Cretáceo e pelas rochas alcalinas do Cretáceo-Terciário. São encontrados fragmentos de brechas alcalinas, associadas ao magmatismo alcalino que originou o litosssoma do Maciço de Rio Bonito. Esse conjunto meso-cenozóico é representado também pelos depósitos carbonáticos da bacia de São José, seguidos de sedimentos semelhantes ao da Formação Macacu, com argilas, siltes e areias, sobrepostos pelos rudáceos (cascalheiras) do Pleistoceno. Os vales fluviais são constituídos de camadas de areias de granulometria variada, com grãos de quartzo angulosos a subangulosos. A Geologia pode ser observada no mapa geológico (fig. 01) e nas fotos (figs. 02 e 03) que ilustram esse trabalho. Os diferentes litotipos do calcário travertino da Bacia de São José de Itaboraí são: 1 - travertino calcítico puro fibroso 2- travertino impuro maciço contendo grãos detriticos de quartzo, feldspato, mica, argila, além de fósseis disseminados em uma matriz calcítica. 3- tufa porosa distal. 4- travertino pisolítico. COLUNA ESTRATIGRÁFICA PERÍODO ÉPOCA DESCRIÇÃO SUMARIZADA QUATERNÁRIO Holoceno Depósitos argilosos, arenosos, cascalhos. Pleistoceno Cascalhos, areias e argilas, com restos de vertebrados. TERCIÁRIO Plioceno (?). Seqüência Superior Argilas, areias, seixos, sem fósseis conhecidos (Formação Macacu). Eoceno Ankaramito São José Paleoceno Superior (Itaboraiense) Seqüência Intermediária com depósitos arenosos e argilosos contendo restos de vertebrados, preenchendo canais e galerias de dissolução da seqüência mais antiga. Paleoceno Inicial Seqüência Inferior com depósitos carbonáticos, predominando travertino e calcário argiloso cinzento, contendo restos de gastrópodes, vegetais, ostrácodes, raros vertebrados. PRÉ-SILURIANO Granitos, gnaisses, mármores do Embasamento (Domínio Costeiro). As análises mais recentes confirmaram a pureza elevada do travertino bandeado, que tem em média 53% de óxido de cálcio. O calcário impuro mostra alto teor de Si, Al, Rb, Ba, devido à presença de grãos detriticos. O Sr ocorre em todas essa rochas variando de 275 a 2300 ppm (Sant' Anna et al.2000). Além do calcário travertino ocorrem calcários argilosos, brechas calcárias, folhelhos e silexíto. Variedades mais grosseiras (calcirudito) são observadas alternadas com calcário areno-argiloso e com o travertino. Apresentam grãos angulosos de quartzo, feldspato, mica, fragmentos de rocha, em matriz de minerais de argila e calcita. Os sedimentos que preenchem os canais de dissolução (margas e brechas) mostram maior maturidade com caulinização de feldspato e aumento dos minerais de argila. Os minerais pesados da fração areia mais comuns são a mica preta, clorita, granada, zircão, topázio, pirita e calcopirita. Análises de testemunhos de sondagem mostram a presença de pirita, calcopirita, topázio, limonita, goetita, magnetita, titanita, zircão, piroxênio e óxidos de manganês. O embasamento da bacia é constituído de biotita-gnaisse, microgranular com cristais de quartzo e feldspato, biotita e granada almandita, além de pequenos grãos de zircão. Lentes de mármore ocorrem no embasamento sendo constituídos de cristais de calcita, pequenos pontos verdes, identificados como anfibólio. Ocorre também plagioclásio geminado com inclusões de diopsídio. Cristais esverdeados de actinolita, quartzo e alguma titanita completam a mineralogia. Esse calcário do embasamento parece ter sido a fonte do carbono e do cálcio a partir de águas quentes ascendentes ao longo da falha e que formavam localmente hot-springs. Os grãos detriticos do travertino impuro e das demais rochas da seqüência basal foram transportados pelo sistema de drenagem. A tufa foi depositada distalmente, provavelmente sobre influência de agentes orgânicos. Fragmentos de rochas alcalinas foram descritos por Rodrigues-Francisco (1975). São amostras de traquitos e fonolitos associados ao magmatismo alcalino regional. O traquito é uma rocha afanítica contendo feldspato, nefelina com minerais opacos e possivelmente pirita. A descoberta mais recente foi a de ankaramito no bordo norte da bacia. Essa rocha apresenta feldspato, piroxênio, olivina e calcita. Cobrindo a seqüência carbonática os sedimentos da Formação Macacu são constituídos basicamente por quartzo, feldspato semi-alterado, palhetas de muscovita e minerais pesados como zircão, turmalina e ilmenita. Mineral de argila predominante é do grupo da caulinita eventualmente do grupo esmectita. Concreções limoníticas e silicosas estão presentes Finalmente, capeando tudo, jazem os depósitos rudáceos do Pleistoceno com seixos de quartzo e brecha silicificada. IV – Discussão e conclusão A litodiversidade local aliada à atividade antrópica responde pela possibilidade real de ocorrerem no ambiente da lagoa de S José elementos químicos com teores elevados ou acima dos limites permitidos pelos órgãos especializados como o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) A presença de elementos químicos como Ca, Al, Sr, S, Cu, nos sedimentos se forem liberados para as águas da lagoa e para o solo local pode vir a apresentar toxicidade para os seres humanos e animais. Embora não sejam conhecidos até o momento casos de contaminação por elementos tóxicos que possam ser atribuídos ao consumo da água do neolago formado na antiga pedreira São José, e não se saiba nada a respeito desse assunto relativamente ao consumo da pesca local, a continuação de estudos e o correto monitoramento da água distribuída para a comunidade pela Cooperágua é indispensável. Isso, sobretudo por conta do desconhecimento que se tem desse Ecossistema, em fase de readaptação após 50 anos de intensa atividade extrativa mineral. A área, bastante degradada pela mineração, e que não foi devidamente recuperada pela mineradora, pode vir a apresentar sérios riscos para a saúde humana de moradores e visitantes. A assembléia mineralógica em consonância com a respectiva composição química, conforme ficou demonstrado neste trabalho indica a necessidade imperiosa e urgente dessas providências. Abstract The lake of Sao José, Itaboraí, Rio de Janeiro State, was formed when the Mauá cement industry left the quarry in 1983.Since then groundwater has slowly occupied the open space left by the quarry of the limestone. The water is utilized for distribution to houses in the surrounding areas. After a few years, an increase in calcium carbonate and others elements is expected. In order to find out the real extent of the problem study of chemical composition of the water distribute to the population is required, Some analyses have demonstrated already contamination by fecal coli form in the lake water in quantities above the limits allowed by Brazilian and International standards. Bibliografia Heilbron, M. (2004) Compartimentação e evolução tectônica do Orógeno Ribeira no Estado do Rio de Janeiro: Estado da Arte e aplicação. Prêmio Geologia do Estado do Rio de Janeiro, 2004 DRM/RJ (inédito). Rodrigues-Francisco, B.H. 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