sexta-feira, 11 de maio de 2012

OLLE SELINUS THE CHAIRMAN


Olle
Dr. Olle Selinus
Linneaus Universidade
Linnegatan 2
39233 Kalmar, Suécia
Telefone +46 70 5232820
E-mail: Olle.selinus @ gmail.com

Olle Selinus é um Ph.D. geólogo recém-aposentado do Serviço Geológico da Suécia (SGU) e, atualmente afiliada à Linneaus University, em Kalmar, Suécia.
Durante os anos 1960 e 1970, o Dr. Selinus trabalhou na exploração mineral com uma empresa de mineração e no SGU, principalmente com a exploração litogeoquímicas. Desde o início da década de 1980, seu trabalho de pesquisa se concentrou em geoquímica ambiental e métodos geoestatísticos, incluindo a investigação em geologia médica.
Dr Selinus tem servido como o organizador de várias conferências internacionais, como membro de diversas comissões científicas e publicou
mais de 90 manuscritos em revistas científicas e diversos livros. Ele também atuou como perito científico para a União Europeia. Ele era o Chefe da Divisão de Geoquímica no SGU, e também encarregado da investigação externa e desenvolvimento na pesquisa geológica. Ele atuou como
editor-chefe para o livro "Fundamentos da Geologia Médica", publicado em 2005, que recebeu vários prêmios internacionais de prestígio, e como editor do livro mais recentemente publicado "Geologia Médica - uma síntese regional", publicado em 2010.
Ele foi nomeado geólogo do ano 2005-2006, na Suécia e foi agraciado com o Prêmio Outstanding Achievement da Comissão de
Geociência para Gerenciamento Ambiental (GEM) em 2006. Atuou como presidente da "Terra e Saúde" da iniciativa IUGS-ONU-UNESCO do Planeta Terra (AIPT), e presidente do setor de saúde da Iniciativa GeoUnions 4, bem como Assessor Sênior de AIPT e também vice-presidente da Internacional 33 Congresso Geológico em Oslo de 2008. Ele é edi

O AMIANTO E A ABESTOSE

RESUMO É descrito o caso de um trabalhador da indústria de cimento-amianto, portador de quadro de asbestose comprovado clínica, funcional e radialogicamente; trata-se do primeiro caso dessa pneumoconiose descrito na literatura médica brasileira. É chamada a atenção para a possibilidade de que casos dessa doença estejam passando desapercebidos no Brasil, onde é crescente a utilização do amianto pela indústria. Unitermo: Asbestose, Brasil. SUMMRY A single case of asbestosis occurring in a cement-asbestos worker is described, this being the first case clinically, functionally and radiologically confirmed and described in the Brazilian scientific litterature. Due to the increasing use of asbestos by Brazilian industry, attention is drawn to the possibility of cases like this passing undiagnosed unless the possibility of its occurrence is considered. Uniterm: Asbestosis, Brazil. O asbestos ou amianto é um silicato que ocorre na natureza sob a forma de fibras, que podem ser fiadas e tecidas; suas principais formas de ocorrência são os tipos crisótilo e anfíbolo. De acordo com Gilson2, em 1966 foram utilizadas, em todo o mundo, 2.780.000 toneladas de asbestos crisótilo e 240.900 toneladas de asbetos anfíbolo. O termo "asbestos" é de origem grega e significa "indestrutível". Na antiga Grécia, foi utilizado na tecelagem de mortalhas que, por não serem destruídas pelo fogo, permitiam o recolhimento das cinzas dos mortos nas piras funerárias; fiado sob a forma de pavios, era utilizado em lâmpadas, uso que até hoje persiste 3. O uso moderno do asbestos data de 1800, quando passaram a ser comercialmente exploradas as jazidas canadenses e russas, sendo o material utilizado para a fabricação de tecidos incombustíveis por indústrias têxteis inglesas e francesas. Desde então a utilização industrial do asbestos aumentou enormemente, em vista do seu custo relativamente baixo (de US$ 75 a US$ 1.250 por tonelada), sua grande resistência à abrasão e ao calor, sua natureza fibrosa; por outro lado, a alta resistência à tração e a grande flexibilidade das fibras dá ao asbestos propriedades ainda não conseguidas por fibras artificiais. Assim, mais de mil usos industriais para o amianto têm sido descritos: misturado ao cimento, dá origem às placas e telhas de cimento-amianto, muito utilizadas para coberturas de edificações, e a tubulações de vários diâmetros e de baixo preço; é utilizado nas lonas de freio de automóveis, na fabricação de equipamentos individuais de proteção (luvas, aventais, capuzes, etc.) resistentes ao calor e ao fogo, na isolação térmica de caldeiras, tubulações de vapor e na isolação elétrica e térmica de equipamentos elétricos, etc. 2. A inalação de asbestos provoca uma pneumoconiose muito grave, a "asbestose". Não obstante Heródoto já ter descrito a alta mortalidade por doença pulmonar de escravos encarregados de fiar e tecer mortalhas de amianto, a primeira descrição científica da moléstia foi feita em 1899 por Murray; suas observações mereceram pouca atenção dos meios científicos e somente a partir de 1930 o grave risco dessa moléstia profissional foi conhecido, com um número cada vez maior de casos de asbestose sendo descritos em todos os países industrializados2, 3. A sintomatologia aparece geralmente após 5 a 10 anos de exposição e é a de uma insuficiência pulmonar rapidamente progressiva. Freqüentemente surgem carcinomas brônquicos e, nos últimos anos têm-se notado incidência significantemente elevada de mesotelioma da pleura em trabalhodores expostos ao asbestos. O diagnóstico é feito através da anamnese profissional, da constatação da insuficiência pulmonar através das provas de função pulmonar e do diagnóstico dos pulmões. De acordo com Weil e col. 8, as alterações funcionais atingem tanto a função ventilatória como a alvéolo-respiratória, sugerindo que o asbestos age precocemente sobre as vias aéreas e, posteriormente, afeta as trocas gasosas. Quanto ao exame radiológico, Sander7 destaca que as imagens não são tão evidentes como as da silicose. Observa-se sombreamento dos lobos inferiores, que se inicia precocemente e que progride em crescimento quer quanto à sua densidade, quer quanto ao desaparecimento gradual das sombras vasculares; a típica nebulosidade tem sido comparada com a imagem de "vidro despolido". Rubin5 menciona, também, que as porções inferiores dos pulmões são principalmente aquelas envolvidas com fibrose fina em áreas irregulares interceptadas por áreas de enfisema e extensas pleurites. Hunter3 compara as imagens dos campos inferiores a uma fina rede e Gilson 2, assim como Sander 7 referem obscurecimento ou mau delineamento da área cardíaca, dando a aparência característica do "coração borrado" ("shaggy heart"). Faccini1 lembra que o processo fibrótico não é exclusivo das bases; apenas aparece mais nessa região durante o exame radiológico. Na opinião desse autor, "... dizer que a fibrose existe na base não é o mesmo que dizer que as alterações fibróticas se restringem às bases pulmonares, mas sim que as alterações são vistas mais precocemente nas bases. Existem, de fato, condições anatômicas e fisiológicas que consistem essencialmente em maior espessura do parênquima ao nível das bases e na disposição e condições de maior enchimento dos vasos a este nível, o que favorece, por efeito de somação de sombras, a visibilidade de uma fibrose incipiente". No Brasil, o asbestos é produzido em apreciável quantidade. Segundo o IBGE 4, durante o ano de 1968 foram extraídas 345.442 toneladas do minério, na sua quase totalidade da variedade crisótila, de minas existentes nos estados de Alagoas (276.300 toneladas), Minas Gerais (1.900 toneladas) e Goiás (60.242 toneladas); sabe-se, porém, que nos últimos anos a mineração em Goiás aumentou substancialmente, não havendo, todavia, dados estatísticos recentes a esse respeito. A despeito da grande utilização do asbestos no Brasil, principalmente pela indústria de cimento-amianto, elétrica e de fabricação de lonas para freios, curiosamente não existe publicado nenhum caso de asbestose. Isso indicaria a inexistência dessa pneumoconiose entre os trabalhadores brasileiros, hipótese pouco provável, ou a falta de diagnóstico de casos da doença que estariam sendo rotulados como sendo de outra etiologia. Por essa razão, e a despeito do pequeno interesse da publicação de observações referentes a casos isolados, achamos que seria oportuno se divulgar um caso que, por ser provavelmente o primeiro a ser publicado entre nós, poderá despertar o interesse dos pesquisadores para a detecção de outros casos semelhantes. Caso – O paciente L. R. S. foi encaminhado ao Laboratório de Provas de Função Pulmonar, do Instituto de Pneumologia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, para ser submetido a exame funcional pulmonar em virtude da dispnéia que apresentava. A anamnese profissional feita por dois pesquisadores (SJU e RKK) revelou exposição ao asbestos, pelo que mereceu atenção especial. Tratava-se de indivíduo do sexo masculino, com 51 anos de idade, que referia que há 22 anos começou a trabalhar em indústria de cimento-amianto, inicialmente como simples operário mas, progresivamente e através dos anos, como encarregado, contra-mestre e chefe geral. Em todos esses anos esteve sempre exposto a grande quantidade de poeira tanto de cimento como de asbestos, quando era feita a mistura para ser umedecida posteriormente. Também refere respirar poeira quando as peças de cimento-amianto já prontas eram cortadas, escovadas ou lixadas. Sempre gozou de boa saúde, mas há cerca de 4 anos começou a notar que apresentava dispnéia aos esforços maiores (correr, subir vários lances de escada, etc.), ao que não deu maior importância por acreditar ser proveniente do fumo de cigarro (fumava 20 cigarros por dia). Há dois anos vem notando dispnéia progressivamente mais intensa, que o obrigou a abandonar o trabalho, estando presentemente em gozo de auxílio-doença no INPS. Exame físico geral – Paciente abatido, com 1,69 m de altura e pesando 62,5 kg; pulso 88; pressão arterial 130 x 80. Exame físico especial – O exame dos aparelhos em geral nada revela digno de nota. O exame do aparelho respiratório evidencia discreta hipersonoridade das porções superiores de ambos os hemitoraces, onde a ausculta revela diminuição do murmúrio vesicular. Exame funcional dos pulmões – A capacidade vital está nitidamente reduzida, devido à diminuição acentuada e uniforme dos volumes de reserva e de redução menos intensa do volume corrente. A capacidade pulmonar total está reduzida em valor absoluto, mas proporcionalmente maior que a capacidade vital, devido à redução menos acentuada do volume residual. A capacidade residual funcional mostra-se bastante aumentada em relação à capacidade inspiratória. Há aumento moderado do espaço morto fisiológico. A capacidade máxima respiratória mostra-se muito reduzida, não se alterando significativamente pela inalação de broncodilatadores. Há nítida redução do volume expiratório máximo por segundo, que melhora discretamente após a inalação de broncodilatadores. Os índices ventilatórios mostram-se muito reduzidos em repouso, caindo para níveis indicativos de dispnéia intensa após o exercício padrão. Há hiperventilação pulmonar, com ventilação alveolar normal e nítida diminuição da relação entre os dois valores. O exame do sangue arterial (obtido por punção da artéria braquial) evidencia a redução muito acentuada tanto da pressão parcial do oxigênio arterial como da saturação em oxigênio, notando-se que esses valores ainda se reduzem mais pelo exercício de 30 watts durante 10 min. em um ergômetro de bicicleta. Pela respiração de oxigênio puro não se obtém a saturação completa do sangue arterial (Anexo). Exame radiológico dos pulmões Teleradiografia n.° 47.731, de 21 de março de 1975, feita na "Faculdade de Saúde Pública" da Universidade de São Paulo. Paciente: L. R. S. Resultado: Fibrose intersticial dos lobos inferiores com estrias lineares finas entrecruzadas na base do pulmão direito. Enfisema nas metades superiores. Imagem cardíaca de contornos indefinidos. Arco Aórtico saliente (Figura). COMENTÁRIOS Um fato extremamente importante deve ser destacado em relação ao caso apresentado: a importância da anamnese profissional, proposta por Ramazzini6 em 1700 e de importância fundamental no diagnóstico das doenças profissionais. Se a história pregressa do caso em questão não tivesse sido cuidadosamente investigada, não teria sido possível levantar-se a idéia diagnóstica. A longa exposição (22 anos) à poeira de asbestos trouxe alterações profundas da função pulmonar, com o estabelecimento de um processo pulmonar de natureza mista, obstrutivo e restritivo, que condiciona redução muito acentuada dos volumes pulmonares e que se acompanha de grau moderado de hiperinflação pulmonar relativa em decorrência do enfisema existente. Existem alterações nítidas da dinâmica respiratória, com acentuada ineficiência ventilatória. Observa-se intensa anoxemia de repouso, que se acentua muito pelo exercício; nota-se nítido "shunt" direito-esquerdo, de natureza funcional, representado pelas áreas perfundidas mas não ventiladas, afetadas pela fibrose. Existe, portanto, uma insuficiência ventilatória de grau intenso em repouso, com grande dispnéia aos esforços, ao lado de uma insuficiência alvéolo-respiratória de grau acentuado, que piora pelo esforço, evidenciando nítido comprometimento da difusão. O quadro radiológico, absolutamente típico de fases avançadas dessa pneumoconiose, confirma de modo insofismável o diagnóstico feito. É, obviamente, impossível que outros casos semelhantes não existam, no Brasil, em trabalhadores expostos ao asbestos. Portanto, deve-se acreditar que numerosos outros casos, semelhantes ao presente, estejam sendo examinados e rotulados como portadores de outras patologias. A publicação deste caso isolado, portanto, visa apenas chamar a atenção dos pneumologistas, médicos do trabalho, sanitaristas e outros que tenham contato com trabalhadores no sentido de que sempre seja feita cuidadosa anamnese profissional e, quando esta indique exposição longa a poeira de asbestos, sejam realizados o exame radiológico dos pulmões e as provas de função pulmonar para o diagnóstico necessário. Unicamente assim será possível conhecer-se a real proporção do problema entre nós, especialmente quando, por força da crescente industrialização que o país atravessa, o uso de asbestos torna-se cada vez mais freqüente e mais indispensável, propiciando todas as condições necessárias para o aparecimento da grave pneumoconiose. Somente quando a atenção de todos os pesquisadores estiver voltada para o fato evidente de que os trabalhadores brasileiros estão tão expostos ao risco dessa moléstia profissional como os trabalhadores de outros países, onde os casos são diagnosticados com maior facilidade, poder-se-ão criar as condições preventivas necessárias à proteção do homem que trabalha. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. FACCINI, M. – La radiologia delle pneumoconiosi. Padova, Piccini Ed., 1973. [ Links ] 2. GILSON, J. C. – Asbestos. In: International Labour Office. Encyclopaedia of Occupational Health. Geneva, 1971. v. 1, p. 120-4. [ Links ] 3. HUNTER, D. – The diseases of occupation. London, The English Universities Press, 1969. [ Links ] 4. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – Anuário estatístico. Rio de Janeiro, 1973. [ Links ] 5. RUBIN, E. H. – Diseases of the chest. Emphasizing X-ray diagnosis. Philadelphia, Saunders, 1947. [ Links ] 6. RAMAZZINI, B. – As doenças dos trabalhadores. Rio de Janeiro, Liga Brasileira contra os Acidentes do Trabalho, 1971. [ Links ] 7. SANDER, O. A. – Silicosis and asbestosis. In: Naclerius, E. A. – Broncho-pulmonary diseases: basic aspects, diagnosis and treatment. Milwaukee, Hoeber Harder, 1957. p. 385-9. [ Links ] 8. WEIL, H. et al. – Lung function consequences of dust exposure in asbestos cement manufacturing plants. Arch. Environ. Hlth., 30:88-99, 1975. [ Links ] Recebido para publicação em 09-06-75 Aprovado para publicação em 30-06-75 Trabalho conjunto da Faculdade de Saúde pública da Universidade de São Paulo, da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e do Instituto de Pneumologia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo Avenida Dr. Arnaldo, 715 01246-904 São Paulo SP Brazil Tel./Fax: +55 11 3068-0539 revsp@org.usp.br


AMIANTO OU ASBESTO


 http://www.abrea.com.br/02amianto.htm FONTE associação dos expostos ao amianto


 O amianto ou asbesto é uma fibra mineral natural sedosa que, por suas propriedades físico-químicas(alta resistência mecânica e às altas temperaturas, incombustibilidade, boa qualidade isolante, durabilidade, flexibilidade, indestrutibilidade, resistente ao ataque de ácidos, álcalis e bactérias, facilidade de ser tecida etc.), abundância na natureza e, principalmente, baixo custo tem sido largamente utilizado na indústria. É extraído fundamentalmente de rochas compostas de silicatos hidratados de magnésio, onde apenas de 5 a 10% se encontram em sua forma fibrosa de interesse comercial. Os nomes latino e grego, respectivamente, amianto e asbesto, têm relação com suas principais características físico-químicas, incorruptível e incombustível. Está presente em abundância na natureza sob duas formas: serpentinas(amianto branco) e anfibólios(amiantos marrom, azul e outros), sendo que a primeira - serpentinas- correspondem a mais de 95% de todas as manifestações geológicas no planeta. Já foi considerado a seda natural ou o mineral mágico, já que vem sendo utilizado desde os primórdios da civilização, inicialmente para reforçar utensílios cerâmicos, conferindo-os propriedades refratárias. Com o advento da Revolução Industrial no século XIX, o amianto foi a matéria-prima escolhida para isolar termicamente as máquinas e equipamentos e foi largamente empregado, atingindo seu apogeu nos esforços das primeiras e segundas guerras mundiais. Dali para frente, as epidemias de adoecimentos e vítimas levaram o mundo "moderno" ao conhecimento e reconhecimento de um dos males industriais do século XX mais estudados em todo o mundo, passando a ser considerado daí em diante a "poeira assassina". Os grandes produtores mundiais tentaram por muito tempo atribuir toda a malignidade desta matéria-prima ao tipo dos anfibólios, menos de 5% de todo o amianto minerado no mundo, e salvar este negócio lucrativo, atribuindo à crisotila (amianto branco) propriedades benéficas, tanto do ponto de vista da saúde, como sua necessidade para as populações de baixa renda no uso de coberturas e abastecimento de água potável. Hoje a polêmica do bom e mau amianto já está praticamente superada em todo o mundo, tendo em vista a vasta literatura médica mundial existente e fruto da produção acadêmica de todo um século. O Brasil está entre os cinco maiores produtores de amianto do mundo e é também um grande consumidor, havendo por isto um grande interesse científico a nível mundial sobre nossa situação, quando praticamente todos os países europeus já proibiram seu uso. A maior mina de amianto em exploração no Brasil situa-se no município de Minaçu, no Estado de Goiás e é atualmente administrada pela empresa brasileira Eternit S/A, mas que até recentemente era explorada por grupo franco-suíço(Brasilit e Eternit) em cujos países de origem o amianto está proibido desde o início da década de 90. No Brasil, o amianto tem sido empregado em milhares de produtos, principalmente na indústria da construção civil(telhas, caixas d'água de cimento-amianto etc.) e em outros setores e produtos como guarnições de freio(lonas e pastilhas), juntas, gaxetas, revestimentos de discos de embreagem, tecidos, vestimentas especiais, pisos, tintas etc. O Canadá, segundo maior produtor mundial de amianto, é o maior exportador desta matéria-prima, mas consome muito pouco em seu território(menos de 3%). Para se ter uma idéia de ordem de grandeza e da gravidade da questão para os países pobres: um(a) cidadão(ã) americano(a) se expõe em média a 100g/ano, um(a) canadense a 500 g/ano e um(a) brasileiro(a), mais ou menos, a 1.200g/ano. Este quadro inicial nos indica uma diferença na produção e consumo do amianto entre os países do Norte e do Sul, em especial, o Brasil, explicada pelo fato de que o amianto é uma fibra comprovadamente cancerígena e que os cidadãos do Norte já não aceitam mais se expor a este risco conhecido. O amianto é um bom exemplo de como estes países transferem a produção a populações que desconhecem os efeitos nocivos deste produto, enquanto para eles buscam outras alternativas menos perigosas, recorrendo à política do duplo-padrão (double-standard): produção e comercialização de produtos proibidos nos países desenvolvidos e liberados para os países em desenvolvimento. Entre as doenças relacionadas ao amianto estão a asbestose (doença crônica pulmonar de origem ocupacional), cânceres de pulmão e do trato gastrointestinal e o mesotelioma, tumor maligno raro e de prognóstico sombrio, que pode atingir tanto a pleura como o peritônio, e tem um período de latência em torno de 30 anos. Destas doenças, poucas foram caracterizadas como ocasionadas pela exposição ao amianto no Brasil. Menos de uma centena de casos estão citados em toda a literatura médica nacional do século XX, sendo este um dos mecanismos que tornam estas patologias invisíveis aos olhos da sociedade, fazendo-a crer que a situação brasileira é diferente da de outros países, levando com isto a um protelamento de decisões políticas, entre as quais o seu banimento ou proibição. Veja mais detalhes em "Câncer Ocupacional por Amianto no Brasil: A Crônica da Morte Anunciada" publicado em JUS NAVIGANDI" - Doutrina com o título de "Morte Lenta. A exposição ao Amianto ou Asbesto como Causa de Câncer Ocupacional no Brasil" 

 OBSERVAÇÃO O BANIMENTO DO AMIANTO NO BRASIL ESTAVA PREVISTO PARA O ANO 2005.

sábado, 5 de maio de 2012

Consultoria em geologia e ambiente




BENEDICTO RODRIGUES,PhD



GEÓLOGO SENIOR



CONSULTORIA, CURSOS, PALESTRAS.


CONTATO:
sobenet@gmail.com sobenet@gmail.com

GEOLOGIA AMBIENTAL, ECOLOGIA, ARQUEOLOGIA
CURSOS  EAD , ESPECIALIZAÇÃO, EXTENSÃO. 
PALESTRAS TECNICAS

DIRETOR DO CBA

VER CURRICULUM VITAE LATTES DO CNPq