quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

FLUOROSE ÓSSEA NO NORDESTE DO BRASIL


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Pesquisa apoiada pela FAPESQ-PB indica que população sofre com problema de fluorose óssea 

O município de São João do Rio do Peixe, Sertão paraibano, será beneficiado a partir do próximo dia 18 deste mês, com uma Estação de Tratamento de Águas com Sistema de Filtros de Desfluoretação. A estação é resultado de um projeto do CNPq CT-hidro que vai integrar o projeto apoiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (FAPESQ-PB), através do Programa Pesquisas para o SUS - PPSUS: Gestão Compartilhada em Saúde (PPSUS /CNPq/FAPESQ/SES).

Trata-se da primeira estação de tratamento de águas com desfluoretação da Paraíba e é uma das maiores do Nordeste beneficiando cerca de 1500 pessoas. Segundo destacou o coordenador da pesquisa, profº Fábio Sampaio, pesquisador da UFPB, esta será uma etapa importante para implantação dos filtros domésticos e diagnóstico de fluorose óssea que já acomete a população da região.

O flúor é benéfico para prevenção das cáries por isso está incorporado aos cremes dentais e pode ser artificialmente colocado nas águas de abastecimento por programas de fluoretação de águas. Entretanto, apesar do benefício, a ingestão em excesso de flúor pode levar a fluorose dentária (manchas nos dentes e fraturas que são mutiladoras) e fluorose óssea (situação mais grave que pode estar associada a osteoporose). Para que o flúor na água de beber tenha o efeito benéfico de combate às cáries com o mínimo de fluorose, a concentração ideal de flúor deve ser em torno de 0,7 ppm (mg/L).
 

A legislação brasileira (Portaria 518) permite um máximo de 1,5 ppm. Na região de Brejo das Freiras, o poço que abastece a comunidade tem cerca de 5,3 ppm, portanto um valor muito acima do permitido pela lei. O projeto do profº Fábio visa a redução dos teores naturais de flúor através de um sistema de filtros especiais à base de alumina ativada e de filtros domésticos que podem ser recuperados por um processo simples de acidificação.

A experiência que está sendo desenvolvida tem apoio integral da Prefeitura Municipal de São João do Rio do Peixe e a cooperação técnica da FUNASA e ainda de uma empresa de Engenharia de São Paulo. Como a geoquímica do solo daquela região é diferenciada (não é por acaso que é uma região de exploração de petróleo), já foram mapeadas outras localidades com o mesmo problema na Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. "Os resultados da experiência do referido projeto CNPq-FAPESQ vai nortear ações de saúde em outras regiões e isso é importante para a Paraíba e para a FAPESQ que investe em pesquisa aplicada", afirmou o pesquisador.

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