domingo, 11 de dezembro de 2011
Geologia Médica no Brasil
A relação entre geologia e medicina é antiga. Hipócrates, por exemplo, já descrevia a intoxicação em mineiros por chumbo, por volta de 375 A.C. Georgius Agricola, no último capítulo do seu livro "De Re Metallica", descreveu algumas doenças entre mineiros, no século XVI. Apesar dessa ligação, a denominação de Geologia Médica foi criada recentemente. Até alguns anos, essa especialidade era tratada como Geomedicina.
No Brasil, ainda são poucos os profissionais que trabalham de forma integrada como requer essa especialidade, segundo o pesquisador. "Estamos nós na Unicamp, há um grupo em Minas e outro no Pará. Mas, no campo da Toxicologia, Epidemiologia e Geoquímica Ambiental, existe muita gente trabalhando", diz. A proposta mais abrangente atualmente em discussão é a do Programa Nacional de Pesquisa em Geoquímica Ambiental e Geologia Médica, conhecido como PGAGEM. O programa, que tem atuação multiinstitucional e interdisciplinar, quer fornecer subsídios à saúde pública no Brasil, através de estudos da amostragem de solo e água e seus elementos.
Segundo dados apresentados em recente workshop sobre Geologia Ambiental e Geologia Médica, realizado no Rio de Janeiro e promovido pelo PGAGEM, o Brasil apresenta, hoje, 6.600.000 trabalhadores potencialmente expostos à sílica. Desses, 500 mil estão ligados à mineração e ao garimpo; 2.300.000 à indústria de transformação e 3.800.000 à construção civil. O que comprova a importância dos estudos da geologia médica na prevenção de doenças e manutenção da saúde.
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