quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Geologia Médica cresce no Brasil
Um dos campos das Goeciências que mais tem crescido nos últimos anos, a Geologia Médica estuda a relação entre metais pesados tóxicos e o impacto ao meio ambiente e à saúde. "Uma disciplina que estuda a influência de fatores geológicos ambientais sobre a saúde humana e dos animais", explica o geólogo Dr. Olle Selinus, em seu artigo sobre geologia médica.
A especialidade estuda, por exemplo, a exposição excessiva ou a deficiência de elementos e minerais; a inalação de poeiras minerais provenientes de emissões vulcânicas; o transporte, as modificações e a concentração de compostos orgânicos; a exposição a micróbios, entre outras complicações na saúde relacionadas às condições geológicas. "No mundo e no Brasil, a geologia médica está ganhando forças nos últimos anos. Agora, ela não é mais uma especialidade da Geoquímica ou das Geociências apenas, mas um campo de pesquisa interdisciplinar no qual atuam geólogos, médicos, toxicologistas, dentistas, entre outros", afirma o pesquisador Bernardino Figueiredo, do Instituto de Geociências da Unicamp (IG).
A relação entre geologia e medicina é antiga. Hipócrates, por exemplo, já descrevia a intoxicação em mineiros por chumbo, por volta de 375 A.C. Georgius Agricola, no último capítulo do seu livro "De Re Metallica", descreveu algumas doenças entre mineiros, no século XVI. Apesar dessa ligação, a denominação de Geologia Médica foi criada recentemente. Até alguns anos, essa especialidade era tratada como Geomedicina.
No Brasil, ainda são poucos os profissionais que trabalham de forma integrada como requer essa especialidade, segundo o pesquisador. "Estamos nós na Unicamp, há um grupo em Minas e outro no Pará. Mas, no campo da Toxicologia, Epidemiologia e Geoquímica Ambiental, existe muita gente trabalhando", diz. A proposta mais abrangente atualmente em discussão é a do Programa Nacional de Pesquisa em Geoquímica Ambiental e Geologia Médica, conhecido como PGAGEM. O programa, que tem atuação multiinstitucional e interdisciplinar, quer fornecer subsídios à saúde pública no Brasil, através de estudos da amostragem de solo e água e seus elementos.
Segundo dados apresentados em recente workshop sobre Geologia Ambiental e Geologia Médica, realizado no Rio de Janeiro e promovido pelo PGAGEM, o Brasil apresenta, hoje, 6.600.000 trabalhadores potencialmente expostos à sílica. Desses, 500 mil estão ligados à mineração e ao garimpo; 2.300.000 à indústria de transformação e 3.800.000 à construção civil. O que comprova a importância dos estudos da geologia médica na prevenção de doenças e manutenção da saúde.
FONTE UNICAMP SÃO PAULO BRASIL
http://www.ige.unicamp.br/geomed/geologia_medica.php
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